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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eros e Psiquê


Diz a lenda que certo rei possuía três filhas. As mais velhas possuíam grande beleza, mas a mais nova, Psiquê, possuía uma beleza comparável à de Afrodite. Tamanha era a comparação que com o tempo as pessoas deixaram de cultuar Afrodite, uma deusa que vivia no Olimpo, e que ninguém nunca havia visto, para cultuar Psiquê, uma mulher de carne e osso, a qual todos os habitantes já haviam visto. Como nada passa despercebido à um deus, Afrodite logo toma conhecimento do fato de seus templos estarem vazios.

Com isso, Afrodite chama seu filho Eros. Há variadas versões para o deus das flechas do amor e da repulsa, sobre a qual tratarei mais tarde. Afrodite diz ao filho sua situação e pede à ele que lance em Psiquê uma de suas flechas que induzem ao amor, para que a jovem se apaixone por alguma aberração.

Eros voa até onde Psiquê se encontra e fica admirado com a beleza da moça, decidindo assim, que não irá flechá-la, e também que nenhum se apaixone por ela. Os tempos passam e os pais de Psiquê começam a se preocupar que a filha, com beleza comparável à de Afrodite, não consiga se casar, porque inclusive os antigos pretendentes haviam deixado-a de lado, influenciados pelas flechas de Eros.

Finalmente, os pais de Psiquê vão ao templo do oráculo de Delfos para saber o motivo de sua filha não atrair mais a atenção de ninguém. Acontece que Eros já havia conversado com Apolo sobre sua situação e quando os pais fazem a pergunta ao seu oráculo, ele diz que o seu amante não deve ser mortal e sim à um monstro ao qual nem os deuses nem os homens podem resistir, sendo o monstro Eros, o próprio Amor, ao qual todos se curvam, assim como já ocorrera à Apolo e muitas vezes à Zeus. Com isso, o oráculo diz que a filha deve ser levada para o alto de uma montanha.

Psiquê é levada ao alto da montanha, e assim que os pais e as irmãs a deixam, Zéfiro vem e a leva até um vale florido, onde ela acaba por adormecer. Ao acordar, a garota se vê em um bosque de altas árvores, e se embrenha por ele.

Ao andar um pouco, Psiquê se vê diante de um palácio de ouro, o qual uma voz diz ser seu. Ela adentra o palácio e vai se banhar e descansar. Após ter feito isso, ela vai até um salão e se senta em uma cadeira que lá havia, e imediatamente uma mesa cheia de comida aparece em sua frente.

Após comer, Psiquê vai se deitar e momentos depois sente o corpo de um homem, seu amante. Para ficar no seu anonimato, ele chega quando Psiquê já está deitada com as luzes apagadas. Essa rotina se repete por dias, até que em um deles, Psiquê pede para ver as irmãs, pois sentia falta delas. Eros, sabendo dos riscos de Psiquê se encontrar com suas irmãs, adverte-a de que apesar do que digam, ela não deve deixá-las convencerem-na de vê-lo, ou ele a deixaria para sempre.

As irmãs a visitam e ficam invejosas do palácio que sua irmã mais nova possuía, pois esta fora prometida a um monstro. Elas começam a perguntar quem era e onde fora o marido, e Psiquê disse que era um jovem príncipe e que estava caçando no momento. As visitas das irmãs continuaram, e em todas elas tratavam de dar um jeito de semear a desconfiança no coração de Psiquê, falando que ela deveria tentar vê-lo, e levar uma faca para matá-lo, caso seja realmente um monstro.
Certo dia, após Eros dormir, Psiquê pega uma lamparina e uma faca e vai até o marido. Porém, ao chegar a lamparina perto do marido e se deparar com feições tão belas, sente vontade de cravar a faca em seu próprio coração. Como um mortal conspirar contra um deus nunca dá certo, Psiquê acaba derramando óleo quente sobre o peito nu de Eros. Este acorda sobressaltado e percebe a traição que sofrera e repreende Psiquê e voa para fora do quarto, dizendo que não pode viver onde não há confiança, porque amor e desconfiança caminham por estradas diferentes. Eros sai voando e Psiquê fica no chão se lamentando.

Após isso Psiquê tenta conseguir Eros de volta, mas tem de enfrentar sua pior inimiga... quem será? Espere, essa história terá um fim.


Acima: Estátua de Eros e Psiquê no museu do Louvre.

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