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quarta-feira, 14 de março de 2012

Belerofonte(βελλεροφόντης)



Neto de Sísifo, originalmente chamava-se Hipónoo, adquirindo o nome Belerofonte após matar um bandido que rodeava Corinto, chamado Belero. Porém, com a morte dele, Ares pede a punição do herói, fazendo com que ele tivesse de sair da região, acabando por viajar até Tirinto, uma região vizinha.

Belerofonte é bem recebido pelo rei Preto e sua mulher Estenebéia, governantes de tal região. Ele se põe a serviço do rei, e após algum tempo, a rainha começa a amar o rapaz, belo como um deus. Assim, em um dia em que Preto estava ausente, Estenebéia fala com o jovem, ao passo que é rejeitada, devido aos laços de hospitalidade e amizade que o herói possuía com o rei. Porém, assim  que essas palavras lhe saem da boca, o amor da rainha por ele logo transforma-se em ódio. Consumida por ele, ela diz ao marido que o convidado havia assediado-a, e diz para que ele fosse morto.

Porém, buscando não manchar suas mãos com o sangue de seu convidado e logo depois ser punido, o rei manda Belerofonte para a Lícia, região a qual estava sob o poder de Iobates, pai de Estenebéia. Junto a ele, o rei envia uma carta, a qual dizia a situação, e que por isso o herói deveria morrer. Assim, o jovem ruma para a Lícia, e ao chegar, é bem recebido pelo rei, e recebe nove dias de festa. Chegado o décimo, Iobates lê a carta, a qual deixa-o estarrecido, e começa a pensar em como matar Belerofonte, pela mesma razão a qual havia impedido Preto de o fazê-lo. Após pensar durante um tempo, ele induz o herói a ir matar um monstro que assolava a região, a Quimera, tendo por motivo a juventude do convidado.

Antes de ir enfrentar o monstro, Belerofonte consulta Polieido, um adivinho da região, o qual diz-lhe que só iria vencer a Quimera caso ele montasse em Pégasus(Πήγασος), o filho imortal de Poseidon, surgido do sangue da cabeça da Medusa cortada por Perseu. Ele começa a perguntar às pessoas da área, ao passo que todas respondem que nunca haviam visto o cavalo alado, ou que acreditavam nele apenas como lenda. Por fim, ele chega à conclusão de que apenas as ninfas ou as Musas saberiam a resposta. Com esse pensamento, ele põe-se a caminho do monte Hélicon, local o qual as filhas de Zeus habitavam.

Chegando lá, Belerofonte é recebido por três musas, e conversa com elas, mencionando o porque de ter se dirigido para lá. Elas o dizem que tal tarefa era quase impossível de ser realizada, e diz sobre duas fontes criadas pelo animal, sendo uma delas no monte Hélicon, onde elas reuniam-se para cantar, pois dizia-se que as águas forneciam inspiração. Elas disseram-lhe que o cavalo acabara da sair de lá, e rumara para a outra fonte, e assim o herói coloca-se no rumo de Acrocorinto, local o qual encontrava-se a outra fonte.

No caminho, quando a lua já brilhava no céu, Belerofonte encontra um templo dedicado à deusa Atena, e pede à deusa da sabedoria que guiasse-o, para que ele conseguisse domar o cavalo. Assim que acaba as oferendas, ele dirige-se para fora do templo, e dorme. Em seus sonhos, ele vê Atena, a qual lhe revela sua paternidade: Poseidon. No sonho, ela entrega uma rédea dourada, e ainda no sonho, ordena que passasse-as no cavalo, o qual estava perto deles. Ele consegue domar Pégasus, mas apenas até acordar e perceber que fora um sonho. Porém, ao olhar para o lado, percebera que só em partes o sonho fora real.

Logo o herói já estava de volta ao seu caminho, e rapidamente chegou aos arredores da fonte. Escondido, pacientemente esperou pela chegada de Pégasus, pouco tempo depois tendo sucesso. Porém, assim que o cavalo chegara, ele havia percebido a presença de estranhos no seu local de descanso, e por nada acalmava-se. Pensando rapidamente, Belerofonte pega uma pedra e a joga para um arbusto atrás do cavalo, sem que ele veja. O barulho e o movimento conquistaram o olhar do cavalo, e antes que Pégasus pudesse se virar novamente, ele se joga no pescoço dele, passando rapidamente as rédeas nele. Assim que as rédeas são colocadas, Pégasus torna-se completamente amável.

Após um descanso na fonte, os dois tomam o caminho de volta à Lícia, e passaram a procurar a Quimera. Momentos depois, o herói vê uma área com troncos de árvores queimados, e vê em seguida a Quimera saindo de seu esconderijo, para ver o que ocorria fora de sua toca. Assim que vê os inimigos, o monstro começa a lançar bolas de fogo, sem sucesso. A altura de Pégasus e Belerofonte era alta, garantindo a escapada dos ataques. Do alto, Belerofonte pegou o arco e lançou repetidas flechas, acabando por conseguir matar o monstro.

Assim, Belerofonte volta até Iobates com a notícia de que havia derrotado a Quimera. Porém, o rei planejava livrar-se dele, e manda-o em direção à uma tribo de belicosos guerreiros, os quais ele mata a maioria do alto, cavalgando Pégasus, e o resto dispersa-se após tal ataque. Ainda tentando matar o herói, Iobates manda-o atacar as Amazonas, guerreiras extremamente fortes e perigosas, confronto o qual ele também sai vencedor. Porém, assim que se dirige à cidade, ao longo do rio Xanto, ele é recebido pelos guerreiros do rei.

Vendo número tão grande de guerreiros ele lembra-se da informação de Atena acerca de sua paternidade e pede ajuda à Poseidon. Assim que solicita ajuda ao seu pai, uma parede de água formou-se atrás dele, e à medida que ele avançava, também avançavam as águas em suas costas. Os soldados do rei bateram em retirada, deixando suas mulheres revoltadas. Assim, todas saem para tentar defender a cidade, que era o rumo do herói. Porém, ao chegarem perto, viram que não conseguiriam conter o inimigo e levantaram as saias, em busca de alguma possível ajuda. Porém, ao ver tal cena, Belerofonte ficara envergonhado, e voltara para trás, junto com a água do rio.

Ao ver aquilo, o rei fica pensativo em como alguém com tais valores poderia fazer algo de tão terrível à sua filha, e acaba por concluir que era mentira a carta enviada por Preto. Ao mostrar a carta ao herói, justificando seus atos, e diante de sua postura ética de não entrar em um embate com Preto, Iobates, acaba por casá-lo com sua filha. Tempos depois, um mensageiro chega até Preto com uma carta de Iobates, dizendo a real situação. Com isso, o mundo de Estenebéia foi abaixo, pois perdera todo tipo de riqueza e fora banida do palácio. Recusando-se a viver como uma cidadã normal, ela acaba por encontrar seu fim em uma corda na árvore. Após a morte de Iobates, o trono passa para Belerofonte.

Porém, com o tempo, o poder subiu à cabeça de Belerofonte, somado ao fato de ele ser filho de Poseidon, fazendo-o achar que poderia comparar-se aos olimpianos. Nisso, ele pega Pégasus e ruma em direção ao Olimpo, voando cada vez mais alto. Ao ver a audácia do herói, Zeus manda um moscardo para picar o cavalo. Assim que sentiu a picada, o animal começou a debater-se com seu cavaleiro em suas costas, derrubando-o. Porém, antes de atingir o chão, Atena salva-o, deixando apenas com que ele perdesse o juízo, vagando sem rumo até o dia de sua morte, quando as musas encontraram seu corpo e fizeram os rituais fúnebres necessários.

Em seus hinos, as nove filhas de Zeus honraram várias e várias vezes o herói.


Nota: para mais detalhes sobre Pégasus e a Quimera, leiam esta postagem, em "Kimeramon" e "Unimon".

2 comentários:

  1. Vlw pelas postagens. Aqui nesse site eu vi alguns detalhes extras de artigos q nao achei noutros, mesmo no Wikipedia.

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  2. Ah conhece esse site http://www.mitologia.templodeapolo.net . La da pra pesquisar mais coisas e acrescentar aqui.

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