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Por Trás do Cotidiano

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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Flegetonte (Φλεγέθων / Πυριφλεγέθων)


Um dos cinco rios do submundo, ao lado de Aqueronte, Cócito, Estige e Lete. É o rio de fogo que passa pelo Tártaro, chamado também de Piriflegetonte, por ser um rio cujas águas estão em constante combustão.

Filho de Cócito, desaguava nele, sendo sua em junção formada uma cascata, se tornando o Aqueronte, apesar de em algumas versões circular no sentido contrário ao rio congelante. 

Sua extensão cercava o Tártaro, de modo a não deixar nenhuma escapar, sendo lá também o melhor lugar a se jogar as almas daqueles que fossem culpados, pois queimariam sem poder morrer. Ela preservava os maus, de modo a conservá-los antes de irem para o campo de punição. Com águas curativas, ele mantinha os sofredores vivos, de modo a fazê-los sofrer ainda mais.




Agradecimento à equipe da Redatoms e do jogo Pantheon the Legends pela arte da imagem. Não possuem vínculo com o que é escrito neste blog.

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Cócito (Κωκυτός)


Um dos cinco rios do submundo junto de Aqueronte, Estige, Flegetonte e Lete, é o rio das lamentações, chamado também de rio das lágrimas. Ficava próximo à entrada do Hades, correndo paralelamente ao Estige e ao Flegetonte, sendo esses os rios os quais Caronte atravessava ao levar as almas. No local em que encontrava o Flegetonte, era formada uma cascata.

Suas águas eram extremamente frias e salgadas, fruto das lágrimas das almas as quais, por não terem sido sepultadas corretamente ou não terem como pagar Caronte, ficavam vagando em seus bancos por centenas de anos, até que pudessem comparecer perante os três juízes do submundo, para enfim conhecerem sua sorte definitiva.


Agradecimento à equipe da Redatoms e do jogo Pantheon the Legends pela arte da imagem. Não possuem vínculo com o que é escrito neste blog.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Aqueronte (Αχέρων)


Filho de Hélio com Gaia ou Deméter, é o rio da dor, dos infortúnios e da lamentação. Junto ao Cócito, Estige, Flegetonte e Lete, é um dos rios do submundo, sendo ele o rio que separava o mundo exterior do submundo, ao contrário de Lete. Suas águas são tidas como pútridas e suas margens cheias de lodo e junco. É normalmente representado como um velho coberto com vestes úmidas, com seu animal, o mocho, uma ave fúnebre.

Foi tornado um rio por Zeus, depois de dar de beber aos Titãs, durante a Titanomaquia, quando eles estavam com sede. Além disso, foi também condenado à circular no submundo.

Era localizado na entrada do mundo inferior, tendo o Cócito e o Flegetonte desaguando nele, e o Estige como afluente. Era ele o rio o qual Caronte, o barqueiro do submundo, levava as almas recém-falecidas para o outro lado, onde Cérbero e a entrada do Hades estavam. É o segundo maior rio, apenas menor que o Oceano, rio que fluía na direção contrária ao rio ctônico, o qual passava debaixo da terra, por lugares desertos.

Junto com Orphne ou Gorgyra, é tido como.pai de Ascalafos, o daimon(espírito) que reportou a Hades que Perséfone havia provado das sementes de romã, fazendo a rainha do submundo não poder mais se desvencilhar por completo do mundo subterrâneo.


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terça-feira, 16 de julho de 2013

Lete (Λήθη)


Uma das náiades, filhas da deusa da discórdia Éris, é um dos rios do submundo, além de Aqueronte, Cócito, Estige e Flegetonte. Dentre estes, é o rio do esquecimento. Na maioria das versões, ele flui ao redor da caverna de Hipnos, o deus do sono, local onde seu murmúrio induzia a sonolência, somado ao fato de ser um rio que corria lenta e silenciosamente, cujo curso tranquilo não deixava ouvir-se nenhum som. Diz-se também que passava pelo Elísio. Era ele que separava o submundo do mundo exterior, ao contrário de Aqueronte e Estige, que separavam o mundo exterior do submundo. Segura em uma das mãos uma urna e na outra a taça do esquecimento, provavelmente cheia de suas águas.

Suas águas trazem às almas o esquecimento, para aquelas que bebiam de suas águas. Em algumas versões, elas bebiam ao chegar no submundo, e apenas poderiam recuperar suas memórias momentaneamente quando um herói (o qual muitas vezes conhecera a alma quando estava no mundo),descia ao submundo e dava o seu sangue para o morto beber.

Todas as almas podiam beber de suas águas, menos aqueles que ainda eram atormentados pelos crimes que haviam cometido, sendo a esses permitido o contato com a água apenas após o pagarem por eles. A outra das versões diz que apenas quando iam renascer que as almas poderiam beber a água, para não terem memórias de suas vidas passadas na vida que viria.

Segundo alguns, existia também o rio Mnemósine, do qual se fossem bebidas as águas, a memória seria restaurada e as almas alcançariam a onisciência.



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segunda-feira, 8 de julho de 2013

Tétis (Θέτις)


Filha de Nereu e Dóris, esta última filha da Tétis titânide, é a líder das nereidas, divindades marinhas que presidiam a desova da vida marinha no mar. Foi ela que cuidou de Hefesto quando este foi jogado do alto do Olimpo pela sua mãe Hera e que avisou o hecatônquiro Briareu que Zeus havia sido preso por Hera, Poseidon e Atena.

Fora cortejada por vários deuses, inclusive Zeus, Poseidon e Apolo, porém havia sido profetizado que o filho que ela gerasse seria um filho mais forte que o pai e o destronaria. Era esse o segredo que fez Prometeu ser acorrentado.¹ Assim, tentavam arranjar um casamento para ela. Ao ouvir isso, Peleu foi atrás dela, apenas para ser rejeitado. Aconselhado pelo centauro Quíron, que diz a ele que a agarrasse fortemente, ele vai até ela e, quando a deusa adormece, ele parte pro ataque. Tétis, acordando logo em seguida, se vê nos braços do humano que já havia rejeitado. Com seu poder de mudar de forma, o qual muitas divindades marinhas possuíam, ela transforma-se em fogo, água, leão e serpente. Porém, tamanha era a decisão de Peleu que em nenhuma das vezes ele a largou. Subjugada, ela aceita o casamento.

O casamento fora no monte Pélion, e todas as divindades helênicas foram chamadas, exceto Éris, a deusa da discórdia. Por temerem que sua presença fosse incômoda, a deusa não fora chamada, deixando-a furiosa. Assim, ela pega uma maçã de ouro, e escreve nela "Para a mais bela", e joga-a na festa. Ao ver o pomo, Hera, AfroditeAtena começam a disputar o posto de mais bela das deusas. Zeus, para manter-se de fora de tal conflito, diz a elas que peçam para que o camponês troiano Páris julgue-as. Tal julgamento acaba por causar a guerra mais tarde.²

Com Peleu, ela tem Aquiles, um dos mais célebres heróis gregos. Ao nascer, ela banha-o nas águas do rio Estige, de modo a deixá-lo invulnerável. Porém, ao segurá-lo pelo calcanhar, ela cria ali o único ponto fraco do filho. Perto da guerra de Tróia, sabendo o destino que o aguardava, Tétis tenta esconder o filho, disfarçando-o de mulher e colocando-o junto a outras. Porém, quando Odisseu chega e vê a situação, logo pensa em um plano: oferece às mulheres presentes. Junto a eles havia uma espada, a qual Aquiles prontamente pega, se revelando assim. quando o filho já estava na guerra, a mãe pede-o que espere até entrar na guerra. Ela vai até Hefesto, de quem havia cuidado, e o pede que forje armas para o filho, algo que o deus ferreiro, fez com a maior vontade para sua mãe de criação. Quando o filho morreu, Tétis, ao invés de pedir a Zeus que fizesse-o imortal, levou-o para uma ilha no mar negro, um Elísio alternativo, onde ele transcendeu a morte.


¹Em certas versões, tal profecia é feita por Têmis.
²A partir deste conto, a frase "pomo da discórdia" passou a ser utilizada, referindo-se a algo que dá motivo a uma discussão ou a uma desavença.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Tétis (Τηθύς)


Filha de Urano e Gaia, é uma das doze titânides. Casou-se com Oceano, seu irmão, e com ele foi mãe de 3000 oceânides*, fontes e nuvens. Deusa da água e personificação da fecundidade do mar, é vista às vezes como contraparte de Tálassa, deusa primordial que personifica o mar Mediterrâneo. Vale dizer que esta divindade não é a mesma que é mãe do herói grego Aquiles, divindade a qual é sua neta, filha de Nereu.

Durante a Titanomaquia, ela cuidou de Hera a pedido de Réia, tratando-a como sua própria filha. Após Hera tornar-se rainha dos céus, foi a deusa que ouviu a mulher de Zeus em seu lamento sobre as constelações da Ursa Maior e a Ursa Menor, sendo elas originadas de uma das amantes de Zeus e o filho vindo da relação adúltera. Com isso, Tétis fez com que elas circulassem no céu sem nunca tocar o horizonte.

É dito que seu carro é uma concha branca perfeita, puxada por cavalos marinhos brancos, enquanto é acompanhada por tritões e suas filhas.

Port Trás do Cotidiano - Planetas

A deusa deu nome à uma das luas do planeta Saturno e ao oceano pré-histórico que circundava as terras antes de aparecer vida em nosso planeta.


*Números variam, às vezes 50, às vezes 1000 e às vezes 3000.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Métis (Μῆτις)


Deusa do bom conselho, planejamento, astúcia, sabedoria, pensamento profundo e prudência, é uma titânide e oceânide filha de Tétis e Oceano, chamada de Prudência pelos romanos. Quando Zeus preparava-se para combater Cronos, Métis que ajudou-o, dando-lhe a poção a qual Zeus ofereceu ao pai, fazendo com que este vomitasse os filhos engolidos, além de ser ela quem convencera Réia de que tal ideia era a melhor.

Após a Titanomaquia, Zeus torna-a sua esposa, e com ela ao lado, ele começa a ter a astúcia para governar o mundo. Porém, certa vez, seus avós Gaia e Urano, que possuíam dons proféticos, avisaram que a 1ª cria da deusa seria uma filha, igual ao pai em inteligência e que o ajudaria, mas caso Métis viesse a ter o segundo, este seria mais forte que Zeus, e governaria homens e deuses. Como para confirmar tal profecia, logo que Zeus vê Métis, ele vê ela passando a mão na barriga, pouco antes de avisar ao soberano dos deuses que estava grávida.

Para escapar deste destino, Zeus induz Métis a brincar com ele, ele perseguindo ela, como um casal apaixonado. Assim, com o dom da metamorfose que várias divindades marinhas possuíam, Métis transforma-se em vários animais, para por fim transformar-se em uma abelha ou mosca¹. Quando ela faz isso, logo Zeus a engole, para impedir a profecia. É após isso que ele se casa com Têmis, e posteriormente com Hera, e é com ela que Atena sai de sua cabeça, a filha da já "morta"² Métis. Assim, toda a astúcia de Métis fora incorporada por Zeus.


¹Segundo algumas versões, é quando Métis está dormindo que Zeus a engole.
²As aspas se referem ao fato de deuses morrerem. Eles são imortais, então os casos em que uma divindade morre são muito restritos, era dito que apenas Nix sabia o segredo da imortalidade.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Hécate (Εκάτη)


Filha de Astéria com Perses, sendo assim neta de Ceo e Febe e prima de Apolo e Ártemis, é a deusa da encruzilhada e das estradas, locais onde são tomadas decisões e se pode olhar o passado e seguir para o futuro. Era associada com encruzilhadas, fogo, luz, lua, magia negra, mágica, bruxaria, conhecimentos de ervas e plantas venenosas, necromancia e feitiçaria. Por animais, possui cachorros, lobos e ovelhas negras. Além da parte sombria, era relacionada ao parto, junto a Ilítia e Ártemis e relacionada à lua, formando uma trindade com Ártemis e Selene, por isso sendo algumas vezes relacionada à romana Diana. Outra de sua forma romana é chamada Trivia, porém, devido a esta ser apenas deusa das encruzilhadas e não reger sobre a área lunar, sua relação não é perfeita.

É representada comumente com dois cães de caça fantasmas ao seu redor, os quais a serviam. junto a isso, era mostrada segurando duas tochas e uma chave, pois assim como Jano, representa escolhas e caminhos. Diz-se que aparece encruzilhadas, quando a lua escura brilha, e lá os fiéis deixavam-lhe oferendas para obter favores. Assim como o deus romano Jano, possui mais de uma face. Enquanto o deus romano possui duas, Hécate possui três, o que lhe permite olhar tanto para o trajeto percorrido de uma pessoa, quando suas duas opções de escolha de caminho a serem feitas. Em algumas representações, possui uma cabeça de cobra, uma de cachorro e uma de cavalo.

Segundo algumas lendas, Hécate representava Deméter como mãe, Perséfone como donzela e a si mesma como velha. Para alguns, a deusa pode ter vindo do Egito, pois "Heka", além de significar "magia", é o nome do deus relacionado a ela na mitologia egípcia.

É uma deusa ctônica, do submundo, e suas três faces representavam suas esferas de poder, pois no submundo ajudava Perséfone em seu julgamento sobre os mortos, sobre a terra iluminava com o brilho do luar, e sobre o mar tinha seus casos de amor.

Era considerada virgem, tendo filhos apenas por partenogênese, assim como os irmãos Eetes e Circe. Dizia-se que todos os grandes magos e feiticeiros eram seus descendentes.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Íris (Ίρις)


Deusa a qual personificava o arco-íris, possui o titã Taumas e a oceânide Electra como pais, e as harpias Aello, Celaeno e Ocípete como irmãs. Sua forma grega é igual à romana. É a mensageira dos deuses para a humanidade junto a Hermes, aquela que os ligava, mais comumente utilizada por Hera. Era tida e representada como uma mulher jovem com um vestido curto ou longo, algumas vezes mostrada como mensageira de Hera e outras como uma viajante. Era associada à comunicação, mensagens, arco-íris e novos empreendimentos.

Antes de ser representada alada, era tida como possuidora de botas aladas, assim como as sandálias de Hermes. Por atributos, possui um jarro de água, no qual ela carrega a água do Estige, e um caduceu. Era tida como uma deusa naturalmente bondosa, e confortava aqueles que sofriam com o destino dado a eles pelos deuses. Sendo a mensageira dos deuses, conseguia viajar na velocidade do vento do Olimpo às profundezas do mar e ao Hades. Por isso, é conhecida como deusa do mar e do céu.

Por todo o seu trajeto de mensagens, ela deixa atrás de si um arco-íris, as vezes este sendo criado como uma ponte da Terra ao Olimpo, como fizera no casamento de Zeus e Hera. Quando é ordenada por Zeus, ela vai até o Estige, um dos cinco rios do submundo, e busca sua água. Com ela, quem não cumprisse o juramento seriam punidos com um ano de doença, silêncio e fome do néctar e ambrosia, além de serem banidos do Olimpo pelos nove anos seguintes. É ela também que é mostrada como quem supre as nuvens com a água necessária para causar dilúvios na terra.

É casada com Zéfiro, o vento do oeste, e com ele teve Pothos, o espírito da saudade e nostalgia. Em algumas versões, Íris possuía uma gêmea, chamada Arche. Durante a Titanomaquia, enquanto Íris ficara do lado dos deuses, Arche ficara do lado dos titãs, fazendo com que fossem inimigas. Quando a guerra acabou, Zeus rasgou as asas de Arche e deu-as a Tétis, mãe de Aquiles, quando ela se casou. Após isso, a mãe deu as asas ao filho, que as usava em seus pés. Era dito que as asas de Íris eram irisdecente, enquanto as de Arche eram de ouro.

Por Trás do Cotidiano

A íris do olho, a parte mas visível e colorida do olho, tem nome baseado na deusa, que deixava um rastro de tais cores ao fazer seu caminho pelo céu.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Pã (Παν)


Deus do rebanho, da fertilidade, do desejo carnal, da sexualidade masculina e da natureza, como florestas planícies e campos, é filho de Hermes e, normalmente, uma ninfa. Possuía a forma de um sátiro e por ser muito feio, não era bem quisto pelos outros deuses. Era também um deus da caça, interessado em animais pequenos, como lebres e pequenas aves, entre elas especialmente o Perdiz, enquanto Ártemis era relacionada aos animais de grande porte. Era representado comumente junto de uma flauta de cana e possui por símbolos ela e um bastão específico para pegar lebres. 

Participava muito dos ritos de Dionísio, e seguia seu séquito por onde eles fossem, ao mesmo tempo perseguindo ninfas pelas florestas e montanhas no formato de bode. Por ter a parte de baixo de bode, podia correr e escalar muito bem.

Originalmente, seu nome significava "guardião dos rebanhos", porém mais tarde seu nome passou a significar "todos", e por isso, ele passou a representar a mitologia como um todo. Diz-se que quando o cristianismo ascendeu, uma voz misteriosa anunciou a morte do "grande Pã". É ele a base para o estereótipo de demônio na mitologia cristã.

Amou Eco, Siringe e Selene, e por esta última foi amado, fazendo com que esquecesse Endímion ao visitar Pã em bosques e grutas.

Em Roma, foi identificado com os deuses Fauno, Silvano e Lupércio. Os faunos, até então sem chifres e cascos, tiveram estas partes a si associadas após a mitologia da Grécia ter sido anexada à de Roma. Porém, Fauno não possui a mesma origem de Pã, assim como os faunos não tem a mesma origem dos sátiros. Diz-se que foi Fauno quem "deu" os oráculos aos romanos. Sua contraparte feminina, chamada de Fauna, ou às vezes Bona Dea, era tida às vezes como sua esposa ou sua irmã. Foi pai de Latino com uma ninfa.

Era dito que seu grito era horripilante e que espantava a todos que entravam nas cavernas em que ele estivesse dormindo. Ajudou os deuses na Titanomaquia, espantando os titãs ao final, correndo atrás deles uivando, e os atenienses na batalha de Maratona, ao deixar os invasores em aterrorizados. Daí vem a palavra pânico, o terror repentino.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Ilítia (Ειλείθυια)


Filha de Zeus e Hera, e irmã de Hefesto, Ares e Hebe, é chamada de Lucina pelos romanos, é a deusa do parto e das parteiras, por isso sendo algumas vezes identificada com Ártemis, Hécate ou Hera. Era representada às vezes carregando um copo na mão direita e uma lança na esquerda, algumas com um archote na mão, simbolizando a vida que viria à luz, ou então com um recém-nascido no colo e uma flor na mão direita.

Aparece no conto de Héracles, quando Hera, sua mãe, ordena que ela atrase o parto de Héracles e adiante o de Euristeu, fazendo com que o último vire rei. Quando Leto estava para dar a luz à Apolo e Ártemis, Hera, de modo a impedir uma das rivais a dar a Zeus mais filhos, proíbe Ilítia de ajudar no parto. Foi apenas quando Íris foi buscá-la, a mando de Zeus, que Ilítia pode ir ajudar no parto e fazer com que Apolo e Ártemis nascessem.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Hebe (Ήβη)


Filha de Zeus e Hera e irmã de Ares e Ilítia, chamada de Juventas pelos romanos, Hebe é a deusa grega da juventude e das jovens noivas antes do casamento. Servia de copeira aos deuses no Olimpo, servindo o Néctar e a Ambrosia a eles. Mostrada comumente jovem, vestindo um vestido sem mangas, com flores na cabeça e segurando uma taça de ouro na mão, possuindo por símbolo a alface, aludindo à uma das versões de sua origem, tendo vindo apenas de Hera, quando a deusa comera uma alface em um banquete dado por Apolo e se engravidara dela. Por sua juventude, era  as vezes adorada como uma deusa da beleza, junto a Afrodite.

Além de copeira do Olimpo, regularmente juntava-se às Musas em sua dança, ao som da lira de Apolo. Em algumas versões, quando Héracles foi levado ao Olimpo e tornado um deus, a mão de Hebe lhe fora dada em casamento, levando-a a deixar o posto de copeira dos deuses. Porém, em outra versão, uma vez, ao servir os deuses, ela cai vergonhosamente, ou enfurecendo Zeus ou envergonhando-se a si mesma, fazendo com que largue seu trabalho, levando Zeus a raptar Ganimedes, o príncipe troiano, e colocá-lo como o novo copeiro. Porém, sua mãe Hera, após isso, a deixa cuidando de sua carruagem, dos banhos de Ares e oferece a mão da filha à Héracles.

Tinha poder de rejuvenescer as pessoas, assim como fizera ao sobrinho de Héracles, Iolau, quando o herói pedira a ela que fizesse isso. Era dito que, além de seu poder sobre a juventude, possuía o poder de envelhecer as pessoas, como fez aos filhos de Alcmeon ao se vingarem da morte da primeira esposa do pai, Arsíone. Com Héracles, Hebe teve uma filha, Alexíara, e um filho, Aniceto.

Em Roma, Juventas protegia os adolescentes no momento deles deixarem a infãncia, mais ou menos aos 16 anos, quando vestiam a toga pela primeira vez. Quando isso ocorria, os jovens lhe ofereciam uma moeda.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Moiras (Μοῖραι)


Filhas de Nix por partenogênese, chamadas de Parcas pelos romanos, eram as tecedoras do destino de mortais e deuses, e se mostravam inflexíveis sobre o destino feito, fosse ele bom ou ruim. Em algumas versões já foram tidas como filhas de Zeus e Têmis ou Caos e Ananke. Quando uma criança nascia, as deusas visitavam-o dentro de três dias, para traçar seu destino. 

Foram elas que criaram Têmis e Nêmesis, quando Nix e Gaia não puderam criá-las, pois Nix estava muito cansada após gerar tantos filhos por partenogênese e Gaia procurava salvá-la de Urano, ensinando a elas a ordem natural do mundo. Dizia-se que, junto de Hermes, haviam criado o alfabeto.

Mesmo sendo inflexíveis e impiedosas, algumas vezes apareciam aos homens. Apareceram na história de Meléagro, avisando à mãe do recém-nascido que a vida da criança estaria ligada ao toco de madeira posto no fogo. Também, antes que Héracles enfrentasse Tânatos para que ele não levasse Alceste, a esposa de seu amigo, a própria Alceste havia embebedado as Moiras, e conseguira fazer com que elas lhe revelassem que a morte do marido só seria evitada se alguém oferecesse a vida no lugar dele. 


Cloto (Κλωθώ): A primeira das Moiras, chamada de Nona pelos romanos, era a mais nova delas, sendo a responsável de fiar a linha de vida de cada um, decidindo desde o momento o qual cada pessoa nasceria até quando deuses ou mortais seriam salvos ou mortos, como fez a Pélops, no conto de Tântalo. Junto a Ilítia, Ártemis e Hécate, atuava como deusa dos partos. 

Láquesis (Λάχεσις): A segunda das Moiras, representada como uma mulher matronal, mas ao mesmo tempo bonita e poderosa, era chamada de Décima pelos romanos. Ela que decidia quanto tempo de vida cada pessoa poderia ter, medindo o fio de vida de cada um com sua vara, para após isso decidir qual o destino essa pessoa teria. Ela que ajuda as almas que estão a ponto de escolher sua próxima vida, e concede presentes a elas, a partir dos quais elas escolherão sua próxima vida. Junto a Tique, Pluto* e Moros, distribuía o que cada pessoa iria ganhar em sua vida.

Átropos (Ἄτροπος): A última das Moiras, chamada de Morta em Roma, é a mais velha delas, sendo representada como tal. Ela que decidia como e quando a pessoa morreria , ao cortar a linha da vida delas. Trabalhando junto a Tânatos, Moros e às Queres, determinava o fim da vida de cada um.

*Deus grego das riquezas, não confundir com Plutão, forma romana do deus Hades, quando este fora incorporado por Roma.

Por Trás do Cotidiano

Quando se diz que a "vida de alguém está por um fio", referimos à essas deusas, mencionando, sem saber, o fio que elas traçam para a vida de cada um.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Têmis (Θέμις)


Filha de Urano e Gaia, chamada de "a do bom conselho", é a deusa das leis, dos juramentos e da justiça. Possui por símbolos a balança e a espada, um feixe de machados e comumente é representada com uma das mãos sobre a extremidade de um cetro. É representada vendada para demonstrar a imparcialidade da justiça e que ela pode não ser feita certas vezes. É tida como um presente dos deuses e um marco da existência civilizada.

Quando Gaia a teve, buscou impedir que Urano a prendesse dentro de si, assim como havia feito às outras crianças tidas. Então procurou a deusa Nix e deixou-a com ela. Porém, cansada após ter gerado tantos filhos por partenogênese, a deusa da noite deixou ela e sua filha Nêmesis aos cuidados das Moiras, as tecedoras do destino, e assim foram ensinadas sobre a ordem do universo. Por isso, quando a justiça ou as leis faltam com as pessoas, a vingança muitas vezes aparece logo.

Pretendia ser uma deusa virgem, porém Zeus forçou-a a casar-se com ele, sendo ela a segunda esposa, depois de Métis e antes de Hera. Com isso, o deus dos deuses possuía seu auxílio, devido ao fato de ser uma deusa justa, e assim, suas decisões nunca eram absolutas e incluíam todos. Também era ela que presidia as reuniões dos deuses, deixando com que os deuses menores falassem.

Possuía poderes proféticos, podendo predizer o futuro de homens e deuses. Fora ela que previra que o filho de Tétis seria maior que o próprio pai, e que impediu que Zeus, Poseidon e Apolo se casassem com ela. Também fora ela que dissera a Deucalião sobre os "ossos" da mãe. Foi uma das quatro divindades a possuir o oráculo de Delfos, tendo recebido o oráculo de Gaia e passado-o a Febe.

É mãe das Horas mais antigas, as deusas que presidiam as estações do ano, sendo elas Dice, Eunômia e Irene  representando respectivamente a justiça, disciplina e a paz. Segundo umas versões, é mãe também das Moiras, as deusas do destino. Além dessas trindades, foi mãe também de Astréia, a constelação de Virgem, com Zeus.

Algumas de suas representações não a cegavam, pois como ela tinha dons proféticos, isso não faria sentido.
Em outras também era representada sem a espada, pois ela representava o consenso e não a coerção.

Por Trás do Cotidiano - Frases Populares

A deusa era representada pelos gregos com seus olhos vendados, mostrando que a justiça é relativa, pois assim como ela pode ser feita em prol dos inocentes, também pode ser feita a injustiça, dando a razão a alguém que na verdade seria culpado. Daí vem a origem da frase "A justiça é cega".

terça-feira, 7 de maio de 2013

Tique (Τύχη)


Deusa grega da sorte, chance, felicidade e prosperidade, é filha, segundo alguns, de Oceano e Tétis, fazendo dela uma das Oceânides. Contudo, alguns colocam ela como filha apenas de Zeus e outros ainda a fazem ter Hermes e Afrodite como pais. Pelos romanos, é chamada de Fortuna. Possui como símbolos a roda e o leme, que se movimentam em direção a destinos incertos, a cornucópia, chifre da cabra Amaltéia que representava a abundância, a qual ela carregava nas mãos, e a bola, que exemplificava o perigo da sorte: às vezes ela está em cima, assim como pode vir(e alguma hora virá) abaixo.

Dizia ter sido ensinada pelas Moiras, as tecedoras do destino, junto a Nêmesis, deusa do equilíbrio. Algumas vezes era representada vendada mostrando que as dádivas por ela concedidas eram recebidas aleatoriamente, por pessoas justas ou injustas, trabalhadoras ou não. Com isso, Nêmesis sempre estava ao seu lado, para tirar daqueles que muito recebiam ou para dar àqueles que nada ganhavam.

Dizia-se que sempre que não se descobrisse a causa de tragédias, isso poderia ser atribuído a Tique.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Dionísio (Διώνυσος)


Deus grego do vinho, da insanidade e das artes teatrais, é tido como filho de Zeus e da mortal Sêmele, princesa tebana filha de Cadmo, sendo o único deus a ter uma mortal como mãe. Possuía por símbolos a uva, o leopardo, a fênix, a pantera, a vinha, a hera, o carvalho e o pinheiro e normalmente é representado como um deus belo e jovem, com corvos junto a ele representando força e poder. Na Gigantomaquia, o deus combatera os inimigos transformado em leão, e depois disso passou a ser considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses do Olimpo.

Em algumas versões, antes de ser Dionísio e ter mãe Sêmele, o deus era chamado de Zagreu e tinha como pai, Zeus, e como mãe, Perséfone. Porém, após Hera mandar matá-lo, apenas o seu coração é salvo. O coração é então colocado em uma bebida e oferecido por Zeus para Sêmele tomar antes de se deitar com ela. Porém, ao saber sobre mais uma das infidelidades do marido, a rainha do Olimpo fica com ciúmes novamente e, disfarçada de velha, vai até Sêmele, e induz ela a pedir para o amante que ele se mostrasse em sua verdadeira forma, sua forma divina, a qual os mortais não são capazes de suportar, para, assim, ter certeza de que seu amante era realmente o grande Zeus. Então, sem saber do perigo, Sêmele pede ao amante que a conceda um desejo, sem revelar-lhe antes qual era. Zeus, sem nada desconfiar, jura pelo Rio Estige que realizaria, e a mortal pede seu último desejo. Sem ter outra opção além de realizar o pedido, Zeus coloca-se em sua verdadeira forma, e instantaneamente o corpo de sua amada é incinerado.

Rapidamente após isso, Zeus pega o feto do corpo de Sêmele e o coloca em sua coxa, dando luz ao próprio filho depois de um tempo. Ao nascer, foi dado à Ino e Atamas, pai de Frixo e Hele e governante da Beócia, e lá o pequeno deus foi criado no meio das mulheres, para disfarçar-lhe. Porém, logo Hera descobre a verdade e condena os governantes da Beócia à loucura. Após isso, Hermes transforma o meio-irmão em um cabrito para conseguir escondê-lo e o deixa aos cuidados das ninfas no monte Nisa. Contudo, certo dia, mesmo depois de crescido, Hera reconhece o deus em uma montanha e o deixa louco, fazendo-o vagar pelo mundo, acompanhado de seu tutor Sileno. Só depois de algum tempo que Hera tira sua loucura.

Foi o último deus a fazer parte do Olimpo, e, sendo o número de deuses treze, e esse um número indesejado, foi apenas capaz de ter um trono pela doação por parte de Héstia de seu trono. Dizem que foi por ter ajudado a trazer Hefesto ao Olimpo quando Hera estava amarrada em sua cadeira que Dionísio ganhara um trono entre os doze. Após tornar-se um deus, foi até o Hades e pedira que ele devolvesse a mãe, tendo êxito em seu pedido. Segundo algumas versões, ao voltar do submundo, Sêmele ganha o nome de Tione(uma das várias luas do planeta Júpiter).

Com seu poder, ganhava todas as batalhas trocando a água dos soldados inimigos por vinho, e assim deixando-os bêbados. Possuía um grande cortejo que sempre o seguia, constituído por Pã, Sileno, ninfas, sátiros, pastores e suas seguidoras fiéis, as Mênades. Os ritos feitos pelas mênades eram chamados bacanais, eram orgias sem leis nas quais eram primeiramente permitidas apenas mulheres, e apenas depois de um tempo passara a ser permitida a presença masculina.

Era vingativo com aqueles que o desafiassem. Certa vez, quando ainda criança, ele fora achado em uma ilha por um grupo de marinheiros, os quais levaram-o ao barco. Porém, um dos tripulantes, percebendo as roupas da criança e vendo que aquele era um ser divino, tentou dissuadir os companheiros da ideia, ao que foi quase jogado para fora do mar, caso não tivesse se agarrado às cordas do barco. Pouco tempo depois de começada a viagem, Dionísio acorda e pergunta aos homens o que eles estavam fazendo, e lhe é dito que  seria levado onde ele quisesse ir, sendo o destino escolhido a ilha de Naxos, onde estava a bela Ariadne, deixada em tal ilha por Teseu. Porém, ao tentarem mudar o rumo, o bebê começa a chorar, e o barco para. Vinhas começam a crescer nos mastros, um cheiro de vinho paira no ar, enquanto um som de flauta era ouvido e leões, tigres e linces invadiam o barco. Amedrontados, os marinheiros jogam-se ao mar, sendo metamorfoseados em golfinhos.

O único marinheiro que restara fora o que defendera Dionísio, chamado Acetes. Dizendo-o para não temer, o deus pede que ele seja levado a Naxos, e que o marinheiro passe a divulgar os mistérios do deus. Porém, Penteu, rei de Tebas, uma das pessoas incomodadas com aquele que diziam ser um mentiroso quanto à sua origem, ordena que Acetes seja preso e morto. Porém, pouco antes de ter sua cabeça no chão, as correntes que o prendiam se soltam, e o marinheiro não era mais encontrado por ninguém. Então, disfarçando-se de mensageiro, Dionísio diz ao rei que um de seus rituais ocorria na floresta próximo à cidade, e o aconselha a ir lá averiguar sozinho primeiramente. Porém, assim que chega, as mulheres, lideradas por sua própria mãe, veem ele, e, inebriadas, avançam em direção ao rei, dizendo ser ele um leão que vivia nos bosques ao redor.  Assim, o rei tem seu fim sendo despedaçado pelas mulheres, enquanto sua mãe arranca e finca a cabeça do filho em sua espada.

Após ir até a ilha de Naxos, e resgatar Ariadne, o deus casa-se com ela, e com ela tem Cerano, Toante, Entópion, Taurópolis e outros filhos, nenhum com grandes façanhas no próprio nome. Quando Ariadne morreu, a coroa de pedras que ele havia dado a ela foi colocada no céu, entre a constelação de Héracles ajoelhado e Ofiuco, outro nome de Asclépio. Com Altéia, teve Dejanira, a segunda mulher de Héracles, e Meléagro. É também junto a Afrodite, pai de Príapo, deus da fertilidade que era reconhecido por sua genitália grande

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Hefesto (Ήφαιστος)


Deus do fogo e da metalurgia, incluindo as coisas fusíveis (como ferro, bronze, prata, ouro, entre outras), é um dos doze deuses olimpianos. Possui como símbolo o martelo e a bigorna. Sua forja está localizada abaixo do monte Etna.

Na época, tendo Atena¹ nascido da cabeça de Zeus após este ter engolido Métis quando ela estava grávida, 
Hera fica furiosa e, por partenogênese, assim como Gaia gerara Urano, ela gera Hefesto, esperando que o deus surgisse como um deus corajoso, justo e forte. Porém, tramar contra o soberano do Olimpo não funciona, e o deus nasce fraco, deformado e coxo². Ao ver o deus que gerara e ser chacota de vários outros deuses pela aparência de Hefesto, Hera atira-o do alto do Olimpo, em direção à Terra. Durante nove dias e nove noites ele cai, e no fim do nono dia, ele atinge o oceano, caindo em frente a Eurínome, filha de Oceano, e Tétis, filha de Nereu, as quais passam a cuidar do pequeno deus em segredo.

Em pouco tempo, descobrindo a maravilha de criar coisas, Hefesto passa a criar vários e vários adornos para Tétis e Eurínome. Assim, uma vez, estando Tétis usando uma joia de beleza inigualável, Hera pergunta a ela onde conseguira a jóia, ao que é lhe dada a resposta: das mãos de seu próprio filho. Porém, nem assim Hera fez questão de ver o filho, fazendo-o ficar furioso. Assim, para punir a mãe, ele cria um trono, e cria um mecanismo que iria prender Hera nele, ao jogar fios cujo metal só podia ser visto por Hefesto.

Assim, ao receber o trono, Hera logo se senta nele, apenas para logo ficar presa. Gritando, ela diz aos outros deuses que estava presa no trono, apenas para ser taxada de louca. Mas assim que alguns deuses tentam tirá-la à força de lá, eles veem que sua fala não tinha mentiras. Com isso, Zeus manda os filhos irem atrás de Hefesto, sendo o primeiro Hermes, o qual, mesmo com sua grande lábia não conseguira levar Hefesto ao Olimpo. O segundo fora Ares, preparado para um confronto com o meio-irmão. porém, mal o deus da guerra lá chega e é açoitado por um tição aceso e repelido com jatos de lava. O último fora Dionísio, deus do vinho, que, ao chegar lá, convidou Hefesto para beber. Tendo aceito o convite, logo o deus ferreiro ficara inebriado, sendo levado por Dionísio ao Olimpo. Chegando lá, Zeus oferece qualquer coisa ao deus para que ele liberte Hera, e ele responde que gostaria de ter a mão de Afrodite, deusa do amor sensual e da beleza.³

Após isso, ele se reconcilia com a mãe, fazendo várias e várias jóias para ela, e a defendendo quando ela necessitava, como quando Zeus a acorrentara por ter tramado contra ele. Porém, por ter ido contra o rei dos deuses, dessa vez é Zeus quem o atira do alto do Olimpo. Contudo, logo ele está de volta ao Olimpo e, após tantos e tantos problemas solucionados, ele passa a ser reconhecido como o pacificador do Olimpo, a quem todos os deuses gostavam. A única exceção era Ares pois, do mesmo jeito que odiava Deméter por ela ter ensinado os homens a agricultura e assim eles não entrarem mais em guerra, sua presença pacificadora acabava com as guerras do Olimpo.

É o forjador do Olimpo, e os ciclopes filhos de Urano, Arges, Brontes e Esteropes o ajudavam. É ele quem cria a primeira mulher, Pandora, as flechas de Apolo e Ártemis, o escudo de Aquiles (como um modo de agradecer à mãe do herói, Tétis, sua ama), os raios de Zeus e o gigante de bronze Talos.

Porém, com tanta habilidade e disposição para produzir tanta coisa, ele acaba esquecendo-se de sua vida amorosa. Então, como ao final dos dias não possuía forças para satisfazer sua mulher, a deusa do amor, ela acabava por procurar Ares para satisfazê-la. Mesmo não procurando mudar a situação em que sua mulher estava, ele não admitia que ela estivesse com outro e então, certa vez, quando Hélio, o deus que tudo vê lhe diz que sua mulher está o traindo, ele arma para ela e o amante.

Usando seus fios mais uma vez, ele estende-os ao longo de seu quarto. Ele diz a Afrodite que iria ficar um tempo fora, e se esconde assim que sai do palácio onde viviam juntos. Para confirmar as suspeitas, logo Ares chega, e entra em seu palácio. Contudo, mal ambos os deuses, nus, caem na cama, cai junto deles a teia de Hefesto, os prendendo. Após isso, ele chama os outros deuses para assistir aos amantes pegos em sua cama. Apenas depois de um apelo de Poseidon ao deus que ele concorda em libertar os dois. Junto a isso, quando Harmonia, filha de Afrodite com Ares, foi casar-se com Cadmo, fundador de Tebas, Hefesto dera a eles um presente, um colar amaldiçoado, que os traria infelicidade. No fim, Harmonia e Cadmo se transformam em serpentes após uma série de sofrimentos. O colar é passado para Sêmele, que morre antes de dar vida a Dionísio. Depois, segue Jocasta, que casa com o próprio filho, Édipo, e suicida depois disso. E seguidamente o colar ia passando de geração a geração entre os descendentes, espalhando entre eles o mesmo sofrimento de Hefesto.




¹Em algumas versões, é Hefesto que parte a cabeça de Zeus quando ele tem Atena, então Hera estaria planejando uma vingança contra Zeus por ele ter várias amantes, e não necessariamente devido a Atena.
²Em outras versões, Hefesto fica coxo após sua mãe ter lhe lançado do alto do Olimpo quando era bebê, ou então em sua segunda queda, quando Zeus o atira também do Olimpo.
³Em diferentes versões, Hefesto libera a mãe de bom grado, e Zeus dá a mão de Afrodite como agradecimento, sem nenhuma troca de favores.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Apate (Απατη) e Dolos (δόλος)


Personificação do engano, da fraude e da malícia, chamada pelos romanos de Fraude, é filha de Érebo e Nix, ou apenas da própria deusa, e é um dos espíritos que saíram do jarro de Pandora quando esta o abriu. O espírito que fazia frente a ela era Aletéia, o espírito da verdade. Seu correspondente masculino é Dolos, seu irmão.

Diz-se que quando Hera incita Sêmele, a mãe de Dionísio a pedir a Zeus que o deus aparecesse para ela em sua forma divina, ela estava usando o cinto de Apate, de modo que qualquer coisa que Hera dissesse a Sêmele, a mortal seria levada a fazer. Também é contado que Réia, ao enganar Cronos, utiliza-se do cinto de Apate.


Irmão e correspondente masculino de Apate, estava encarcerado junto a ela e outros males no jarro, antes de Pandora abri-lo. Reinava sobre a trapaça, o engano astuto, a astúcia, a traição e a malícia. Diz-se que era aluno de Prometeu e, uma vez, assistia Prometeu esculpir uma estátua. Porém, Prometeu fora chamado por Zeus, e deixou o local, ficando apenas a estátua e Dolos lá. Antes que ele voltasse, Dolos começou a fazer uma nova estátua, não conseguindo completar o pé. Ao ver as duas estátuas, Prometeu dera vida a ambas. Porém, pela falta do pé, os passos da segunda estátua eram tortos. Por isso se diz que algo falso pode as vezes começar com sucesso, mas no fim a verdade vai aparecer. 

quarta-feira, 27 de março de 2013

Hades (Άδης)



Rei e juiz supremo do submundo, filho de Cronos e Réia, marido de Perséfone, a quem raptara e se casara, e irmão de Héstia, Deméter, Hera, Poseidon e Zeus, sendo o mais velho dos homens.Vivia no submundo, e emprestava seu nome a ele. Não possuía muitos símbolos, os principais eram o elmo, o bidente e o cipreste, cuja folhagem, sombria, exprime melancolia e dor. Era comumente representado em seu trono com à sua direita um cetro negro, uma forquilha ou uma lança e em sua mão haviam chaves, mostrando que quem entrava em seu reino não mais saía. Seu elmo das trevas, forjado pelos ciclopes, permitia que ele ficasse invisível, e já foi inclusive emprestado ao herói Perseu. Talvez seu nome seja baseado em seu elmo, pois Hades significa "o invisível". 

Mesmo que fosse evitado pronunciar seu nome pelo medo de enfurecer o deus, comumente é visto como o guardião das almas, e também chamado pelos gregos de Plutão ("doador de riquezas"), pois as riquezas ficavam no subsolo, local controlado por ele. A partir disso, mostra-se que o medo dele é apenas relacionado à morte, pois fica claro que ele não é malvado, que apenas mantém a ordem em seu reino, o único em que não há rebeliões. Além disso, é mostrado que assim como o Hades(submundo) não corresponde ao inferno cristão, Hades também não corresponde a Satã. 

Não possuía muitas outras atribuições além de rei do submundo pois reinava integralmente e sem descanso sobre os mortos, e por isso, mal visitava o Olimpo, motivo pelo qual comumente não era contado entre os doze principais. A seu lado está Perséfone, sua esposa raptada e, segundo algumas versões, teve junto a ela a deusa Macária, deusa da boa morte. Era irredutível, a pessoa que alma que entrasse em seus domínios não mais saía de lá, apenas algumas exceções ocorriam, sendo uma delas o herói Orfeu, quando buscava por Eurídice. Além de Orfeu, outros heróis entraram em seus domínios, sendo eles Héracles, Odisseu, Enéias, Teseu, Piritoo e Psique

Sua forma romana é diversificada. Na Grécia, era chamado também de Plutão, nome o qual parece ter sido importado pelos romanos ao anexar a Grécia. Também foi relacionado ao deus romano Dis Pater, deus das terras agricultáveis férteis e riqueza, Orcus, um deus que dava seu nome ao submundo e depois foi incorporado a Dis Pater, e ao deus etrusco Aita. Se na Grécia, Hades não era reconhecido como um deus olimpiano, já em Roma ele foi adicionado ao Dii Consentes, panteão romano. Inclusive, chegou a figurar entre as oito divindades imutáveis presentes nele. Porém, como as ideias de submundo tidas pelos romanos eram vagas, Plutão e Prosérpina são basicamente cópias de Hades e Perséfone com poucas ressalvas, pois enquanto Hades é impiedoso, Plutão é um pouco mais gentil.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Hermes (Ἑρμής)


Filho de Zeus e da plêiade Maia, é o deus mensageiro do Olimpo, das viagens, dos ladrões, dos pastores, dos vaqueiros, da astúcia dos ladrões e mentirosos, dos oradores, da inteligência, da literatura, dos poetas, dos atletas, do esporte, das invenções e do comércio. Tinha por símbolos a tartaruga, o galo, as sandálias e o chapéu alado forjados por Hefesto, e o caduceu, ou em grego, kerikeion, dado por Apolo. É o penúltimo dos deuses olímpicos, o segundo mais novo, sendo o primeiro Dionísio. Por ser o mensageiro dos deuses, é um dos deuses que mais protege e ajuda a humanidade, e por isso, um dos deuses mais querido.

Quando nascera, no monte Cyllene, na Arcádia, rapidamente saiu de seu berço e passou andar pela região. Assim, começara seu primeiro roubo. Vendo um rebanho do deus Apolo, ele rouba cinquenta das novilhas que lá estavam, e retira o casco de cada uma e o cola ao contrário, antes de conduzi-las para fora dali, após ter feito sandálias para si que pudessem ser usadas e que ao mesmo tempo deixassem pegadas na direção oposta à realmente tomada. Enquanto conduzia o gado, vira um velho, e lhe pedira segredo. Porém, mais a frente, a dúvida consome sua mente, e ele decide se disfarçar para ver se o velho realmente manteria a palavra. Ao voltar, e ver que prontamente o velho contou para onde ele havia ido ao ver a chance de receber alguma recompensa, Hermes joga uma rocha em cima dele.

Quando chegara onde se estabeleceria, Hermes sacrifica duas novilhas e as reparte em dez partes, e ofereceu-as aos deuses, menos a Apolo, pois, caso o fizesse, denunciaria sua ação, e com seus outros sacrifícios, garantiu o silêncio dos outros deuses. Porém, logo Apolo descobre que seu rebanho estava menor e, usando seus dons de profecia, ele logo acha o local onde ele estava. Porém, pelo fato dos cascos estarem na direção oposta, ele conclui que eles não mais estavam lá. Ficando com raiva, ele vai até Hermes que, estando no berço, fingia ser apenas uma criança. Pegando-o a força, ele o leva até Zeus, que diz ao deus ladrão para que devolvesse as novilhas. Ao entrar na mesma caverna que havia estado à porta e ver que havia sido engando, Apolo tem seu orgulho ferido. E sua raiva ainda aumenta ao ver duas novilhas sacrificadas. 

Porém, antes que ele encostasse um dedo em Hermes, o deus, com um casco de tartaruga e 9 cordas*, em homenagem às nove Musas do Olimpo, começa a tocar o instrumento e Apolo, por ser deus da música, se maravilha com aquilo. Perdoando o jovem deus, lhe pergunta o que ele queria em troca do instrumento, e Hermes indica seu bastão. É nesse momento que Hermes e Apolo trocam funções, Hermes passa a conduzir rebanhos, a antiga função de Apolo.

Além das novilhas de Apolo, Hermes também escondeu o tridente de Poseidon, a espada de Ares, o cetro de Zeus, as flechas de Apolo e o cinto de Afrodite. Quando tentara roubar os raios de Zeus, estes lhe queimaram a mão, fazendo com que ele se machucasse. Porém, o deus não fazia apenas brincadeiras, visto que, quando Gaia tentou se vingar pelos seus filhos titãs, que foram depostos pelos deuses olimpianos, e mandou Tifão atrás deles, ele sempre esteve junto do pai, e roubou os nervos de Zeus que Tifão havia retirado do deus dos deuses. Foi também ele que conseguiu salvar uma das amantes de Zeus, Io, quando esta foi transformada em novilha pelo deus. Pois Hera, ao ver que aquela novilha era uma mulher, designou o gigante de cem olhos Argos para cuidar dela. Hermes então, usando seu caduceu, coloca-o para dormir e o decapita. Além de mensageiro dos deuses, é também um dos que conduzem as almas ao submundo, junto a Caronte e a Tânatos, sendo além deles e de Hades, Perséfone e Hécate, o único deus a poder entrar e sair livremente do submundo.

É pai de Pã, Abderus, Hermafrodito e Príapo. Em algumas versões a deusa da sorte Tique é filha dele e de Afrodite.

Na guerra de Tróia demonstrou o porque de ser querido pelos homens. Mesmo tomando parte dos gregos na guerra, ao ver Príamo querendo enterrar o filho Heitor que fora morto por Aquiles, ele leva o rei troiano ao encontro do herói grego, protegendo-o de todo o resto do exército, para que o rei pudesse pedir que o herói devolvesse o corpo de Heitor e ele pudesse ser sepultado. Assim como na ida, na volta também Hermes o esconde das tropas inimigas a Tróia.

*Em alguns contos são as próprias tripas da tartaruga.


Por Trás do Cotidiano

Seu cajado, o caduceu, é símbolo de uma de suas atribuições, o comércio, e muitas vezes confundido e usado erroneamente com o cajado de Asclépio.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Perséfone (Περσεφόνη)


Filha de Deméter e Zeus, Prosérpina para os romanos, é a deusa da primavera e da fertilidade e rainha do submundo. Possuía como símbolos a romã, o alimento dos mortos, o grão, o milho e o narciso. Vivia longe das outras divindades, o que ainda assim não impediu-a de ser cortejada por Apolo e Hermes, apenas para logo serem dispensados por sua mãe Deméter. Também era chamada Koré, por aqueles que queriam referir-se a ela como uma deusa apenas da vegetação. Era comumente representada com um facho de onde sai uma chama envolta com fumaça negra.

Sua história com Deméter é triste. Mãe e filha eram muito unidas e a filha ajudava nos deveres da mãe. Porém, um dia, enquanto Hades passeava por perto de ambas, Afrodite o vira. Virando-se para seu filho Eros, ela diz que aquele era um deus muito sozinho, e dá ao filho a ordem de atirar uma flecha que induza ao amor em Hades, sendo prontamente atendida pelo filho. Assim, o deus do submundo logo se apaixona pela jovem deusa. Desejando-a para si, ele pede a Zeus que a deixe ser dele. O deus dos deuses concede tal desejo, e logo, enquanto Perséfone colhia flores, Hades surge de dentro da terra com sua carruagem e a rapta, levando-a para o submundo.*

Deméter logo dá a falta da filha e começa a procurá-la. Hélios, vendo a deusa em tal situação, admite ter visto tudo, e diz a ela que sua filha fora raptada pelo deus que empresta seu nome ao submundo. Revoltada, ela pede a Zeus que diga a Hades para devolver sua filha, mas para sua decepção, seu pedido não é atendido. Assim sendo, ela isola-se do Olimpo, e passa a viver na Terra com os homens(como já dito em sua postagem). Mas, mesmo estando em contato com a Terra, esta para de dar frutos, mostrando a angústia sofrida pela deusa. Vendo que sua ação passara a oferecer o risco de morte a todos os mortais, e temendo seus cultos, os quais ficariam sem gente, Zeus diz a Hades para devolver Perséfone, e envia Hermes para buscá-la.

Logo a filha estava de volta aos braços da mãe. Porém, para infelicidade de ambas, Perséfone comera, por artifício de Hades, sementes de uma romã. As Moiras, tecedoras do destino, disseram que caso alguém comesse algo no submundo deveria passar lá a eternidade, fazendo com que, sendo ela uma deusa, devesse morar no submundo durante alguns meses, número as vezes tido como 3, algumas vezes como 4 e outras como 6. Devido a isso, as estações "começam" a ocorrer, pois quando Perséfone está com sua mãe, as natureza é florida, quando se aproxima sua partida, a mãe faz com que as folhas fiquem das cores laranja e marrom, as preferidas, como um presente de despedida, e quando sua filha está reinando no mundo dos mortos, a terra fica improdutiva.

É chamada de "a formidável, venerável rainha das sombras" e diz-se que é ela quem efetiva as maldições dos homens sobre as almas dos mortos. Em algumas versões é mãe de Dionísio, sendo ele chamado Zagreu. Porém, quando Hera manda matá-lo, seu coração é conservado, e Zeus dá ele para Sêmele tomar. Assim, seguindo a história de Dionísio, ele logo é renascido, com nome e mãe novos. É também, junto a Hades, mãe de Macária, deusa da boa morte, e com Zeus, mãe de Sabázio, o deus cavaleiro, e de Melinoe, a deusa dos espíritos.

*Em algumas versões ela é puxada para o submundo após tentar colher um narciso, motivo pelo qual ele é um de seus símbolos.

terça-feira, 12 de março de 2013

Deméter (Δημήτηρ)


Deusa da agricultura, colheita, cereais e fertilidade, é filha de Cronos e Réia, sendo assim irmã de Héstia, Hera, Poseidon, Hades e Zeus, e uma das crianças que o pai engolira de modo a evitar a profecia de Urano. É uma das várias deusas que vive no Olimpo, apesar de as vezes ser dito que sua moradia estava longe da morada dos deuses e, mesmo quando é colocada junto a eles, ela nunca fora detalhada. Possui como símbolos o leitão, representando a fertilidade, o cavalo, por seu papel na agricultura, e a cobra, um animal que vive junto à terra e que conhece as profundezas. Acreditava-se que chamar seu nome dava azar, pois não seria bom nomear deusa tão poderosa.

Teve alguns filhos, sendo a principal Perséfone, filha dela com Zeus. Mãe e filha ficavam muito juntas, e Perséfone ajudava a mãe em seu trabalho. Porém, um dia quando estava longe de sua mãe, Perséfone é raptada por Hades, que desejava-a como esposa. Durante todo o tempo que procurava por Perséfone, Deméter recebia várias investidas de Poseidon. Certa vez, tentando fugir do deus dos mares, metamorfoseou-se em um cavalo, porém, como eles haviam sido criações do deus, ele logo percebeu a façanha. Transformando-se também em um cavalo, ele consuma a relação com Deméter ali mesmo. Quado a deusa vai ao rio Ládon, o rio que apagava mágoas, e lá ela dá a luz a dois filhos, Despina e o cavalo Árion.

Enquanto vagava pela terra, vendo a terra estéril, reflexo de seus sentimentos, Deméter fora acolhida pelas filhas do rei de Elêusis, Céleo, e sua mulher, Metanira, que a levaram até o palácio. Ao lá chegar, a rainha logo viu que estava na presença de uma deusa, e lhe oferece o trono. Deméter recusa, e continua em pé, dando indícios de estar triste. Logo uma criada vem e começa a fazer graças, tentando agradar Deméter. Demora, mas uma hora o riso apareceu no rosto da deusa. Ao resolver ficar no palácio, Metanira dá-lhe o seu filho, para que ela cuide e, para agradecer àqueles que lhe ajudaram em um momento de tristeza, ela tentara tornar o filho deles, Demofonte, imortal. Porém, para isso, era necessário colocá-lo ao fogo, e quando Metanira viu isso, achou que Deméter havia enlouquecido. Gritando, desesperada, desesperou também à deusa, que, enfurecida, deixou Demofonte novamente aos cuidados da mãe, sem o tornar imortal, e designando que o casal construísse um templo em Elêusis, onde passou a viver.

Só apenas quando ela consegue Perséfone de volta que a terra deixa de ser estéril. Atribue-se a ela a criação das Seirenes, mulheres meio pássaro meio humano, seja por elas não terem ajudado Perséfone a fugir, ou em outro caso, apenas para elas ajudarem Deméter a achar a filha.* Em alguns contos, é mãe de Pluto, deus das riquezas.

Era inimiga de Ares, ao menos o era porque ele assim a considerava, pois ela, protegida por Irene, deusa da paz, havia ensinado aos homens a cultivar a terra e assim eles acabaram deixando de guerrear.

Seu nome, em grego, Δημήτηρ, deusa mãe, pode ser dividido em Η ημήτηρ, ou seja, a mãe, mostrando sua  grande preocupação pela sua filha. Por ser deusa da agricultura, também, pode se referir a mãe terra, já que ela muitas vezes é confundida com Gaia. Em alguns lugares, até os templos são compartilhados.

Por ter ensinado a agricultura aos homens e, por meio dela, eles terem deixado de ser nômades, é considerada também a deusa da civilização. É também considerada deusa do casamento, da lei e do ciclo da vida e da morte.


*As Seirenes são monstros que, assim como as Sereias, cantavam para agradar aos homens, e assim conseguir matá-los. Como sua função e nomes eram bem parecidos, parece que uma delas veio a deixar de existir ou de ser mencionada.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Afrodite (Ἀφροδίτ)


Deusa grega da beleza e dos prazeres do amor, chamada de Vênus pelos romanos, é tida como a mais bela das deusas do Olimpo. Também representa a fecundidade, e possui como símbolos a pomba, a qual escolhe o seu parceiro assim que nasce e com ele vive até a morte, o cisne, a lebre, simbolizando a fidelidade, o ganso, a fecundidade, o pardal, a alegria e a tartaruga, a perseverança. Simboliza os bons e maus da natureza feminina, como o charme sedutor, o desejo de ter filhos e a aptidão para trair. Por essas e outras, é venerada pelas prostitutas. Com seu poder, consegue levar homens, mulheres, deuses e deusas a serem irracionais. As únicas que resistiam a esse poder eram Ártemis, Atena e Héstia, as chamadas deusas virgens.

Sua origem é controversa. Segundo algumas versões, é filha de Zeus com Dione, sendo chamada por isso Afrodite Pandemiana. Porém pode também ter surgido quando as genitálias de Urano, quando este fora  castrado por Cronos, caíram ao mar. O movimento das ondas, por sua vez, excitaram a genitália, e o sêmen espalhado pela água uniu-se às espumas do mar, surgindo assim a deusa do amor.

Possui diversos filhos, em algumas versões é mãe de Eros com Ares. Com o deus da guerra, ainda, teve Anteros, Deimos, Fobos e Harmonia. Com Hermes, teve Hermafrodito. Com Dionísio, teve Príapo. Com Poseidon teve Rode (as vezes tida como filha de Poseidon e a Hália) e Herófile. Com Apolo, teve Himeneu.

Possuiu diversos casos amorosos. Era casada com Hefesto, mas como o deus era feio e coxo, e tal casamento fora arranjado, era normal a deusa do amor e da beleza buscar outros leitos. Além dos imortais acima citados, deitou-se com Adônis e, quando esse morreu, disputou-o com Perséfone, a rainha do submundo, pois ela também apaixonara-se pelo jovem. Assim, Zeus decretou que o mortal passaria metade do ano com Perséfone no submundo, ou seja, no inverno, e a outra metade com Afrodite. Outro de seus maiores amores foi com o mortal Anquises. Porém, como depois o mortal se gabara para amigos de ter dormido com uma deusa, Zeus lançara-lhe um raio. Afrodite tenta desviar totalmente, mas só consegue que o raio caia no pé de Anquises, deixando-o aleijado. Como não queria outro em sua vida, deixara o mortal de lado. De sua união veio Enéias, um herói troiano da guerra de Tróia.

Assim como protegia os amantes, assim como deu vida à estátua de Pigmalão, detestava aqueles que desprezavam o amor ou a ofendiam, assim como fez com Atalanta e Hipômene.

Por Trás do Cotidiano

O símbolo da feminilidade, o qual representa Vênus, representa seu espelho. É derivado de seu nome grego a palavra afrodisíaco, algo que nos desperta desejo sexual, e de seu nome romano o nome para doenças venéreas, doenças sexualmente trasmissíveis.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Héstia (Ἑστία)



Filha mais velha de Cronos e Réia, irmã de Hera, Deméter, Hades, Poseidon e Zeus, contraparte da romana Vesta, é a deusa que representa a lar e o fogo, ao qual aquece e protege as famílias. Tal tarefa é incumbida a ela por Zeus, que diz à ela para manter e alimentar o fogo do Olimpo com a carne vinda dos sacrifícios dos mortais. 

Como representa o lar, não gosta de guerras e discussões, tendo em vista que, quando Dionísio chega  ao Olimpo e sua introdução ao panteão olimpiano deixaria-o com treze tronos, e tal número sendo indesejado, Héstia prontamente larga seu trono no Olimpo para manter o equilíbrio, passando a ser representada depois disso em um trono de madeira com uma almofada de lã branca, demonstrando sua humildade. Devido a essas e muitas outras, é a mais amada e respeitada entre os deuses. Faz parte, junto a Ártemis e Atena, das deusas virgens, tendo rejeitado Apolo e Poseidon em suas investidas.

Seu culto era muito forte, em todas as casas havia uma chama em um altar dedicado a ela, enquanto existia uma maior, para representar e proteger toda a cidade, presente no Prytaneion, local onde ficavam os governantes. Dentro das casas, o fogo servia para aquecer o coração das pessoas, por isso nunca deveria ser apagado. Ao casar, os filhos levavam um pouco do fogo da casa antiga para a nova. Já nos templos, seu nome era invocado antes de todos os outros deuses. Nas cidades mais evoluídas da Grécia, o fogo representava a aliança entre as colônias e a metrópole.

Em Roma, existiam as virgens vestais, mulheres que cuidavam do fogo da cidade. Elas deveriam se manter virgens e, caso quebrassem sua castidade, eram mortas. Se, porventura, o fogo da cidade apagasse, ele deveria ser reaceso apenas por meio dos raios do sol e espelhos. De toda maneira, a cada 1° de Março, o início do ano romano, ele era renovado.


Por Trás do Cotidiano

O chamado saguão ou hall de entrada também pode ser chamado de vestíbulo, isto é, o local onde as pessoas deixam seus objetos antes de adentrar o recinto, ficando mais confortáveis assim.