Bom, como todos os brasileiros que visitam o blog sabem, há pouco tempo atrás foi lançado aqui o filme Imortais, um novo filme de mitologia grega. A trama conta a história de Teseu, no filme um camponês que tem sua mãe morta pelos soldados do rei Hipérion, e que a partir daí começa sua busca por vingança. Então, com o lançamento desse filme, nada mais justo que postar sobre tal herói. Aproveitem.
Teseu era tido como o filho do rei Egeu, governante de Atenas e de Etra, quando o rei se hospeda na casa de um amigo, e esse arruma tudo para que o rei durma com uma de suas filhas. Porém, o que não sabiam é que o rei era na verdade estéril, e que o bebê que estava sendo carregado por Etra era uma cria de Poseidon, o qual, tomando a forma do rei, teve relações com a mulher.
Quando está para ir embora, já tendo conhecimento de que Etra ficara grávida, Egeu coloca uma espada e um par de sapatos, os tampa com uma pedra, e diz a ela que quando o garoto tivesse idade suficiente, que ela o mandasse para a pedra, e que a removesse. Se tivesse êxito, o jovem deveria ir até o palácio do "pai".
Após conseguir facilmente levantar a pedra, Teseu toma a direção do palácio, indo por terra, caminho mais difícil a ser tomado. Nele, Teseu enfrentou diversos perigos e ladrões, inclusive Procusto, vilão o qual amarrava a vítima em uma cama, e dependendo de sua altura, cortava o excedente, ou esticava a pessoa até a morte. Acabou encontrando seu fim da mesma maneira que muitas vezes utilizara com os outros.
Antes de chegar ao palácio, Medéia, a mesma que foi largada por Jasão e que agora estava com o rei, vê no jovem sua ruína, e tenta dissuadir o rei a matá-lo. Antes que Teseu fosse morto, o pai percebe nele os sapatos e a espada, desmascarando Medéia, que foge.
Após isso Teseu toma conhecimento do estado de Atenas: a cada sete anos a região deveria oferecer a Creta catorze jovens, sete homens e sete mulheres para que fossem levados para o labirinto do Minotauro, e oferecidos em sacrifício. Teseu toma a decisão de ir junto das oferendas e matar o monstro, e comunica isso ao seu pai. O rei diz então que quando estivesse voltando, que içasse velas brancas no navio, como um aviso de que tinha obtido êxito.
Ao chegar em Creta, Teseu já faz uma admiradora, Ariadne, a princesa de Creta. A jovem corre até Dédalo, e pede que ele o ensine a vencer o labirinto. Dédalo diz a ela o óbvio: que Teseu amarre uma corda na entrada do labirinto e em si mesmo e que siga-a de volta quando houvesse matado o minotauro.
Ariadne comunica tal detalhe a Teseu, e faz ele prometer levá-la junto de si quando fosse embora daquelas terras. Teseu segue o plano, e consegue matar o Minotauro e sair do labirinto sem derramar sangue ateniense. Eles partem de volta à Atenas, com Ariadne junto à ele.
No caminho de volta, intencionalmente ou não, Ariadne fica na ilha de Naxos. Para completar, ao terminar sua volta, Teseu esquece de trocar as velas e seu pai, achando que seu filho havia morrido, suicida, fazendo assim Teseu o rei de Atenas.
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Livro Percy Jackson e os Olimpianos
-Em Percy Jackson, Dionísio diz ter encontrado Ariadne e desposado ela, o que faz sentido, tido que Naxos era uma ilha
protegida por ele.
-Em o Ladrão de Raios, Percy também enfrenta Procusto.
-Em O Último Olimpiano, Percy combina com sua mãe de mandar um sinal caso saísse vivo da batalha com Cronos, aspecto representado pelo seu pedido à Zeus de tingir o topo do Empire State de azul.
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Filme Imortais
Aviso: se não quiser saber o enredo do filme, não leia.
O filme Imortais, dirigido por Tarsem Singh mostra uma história de Teseu. Tal história não é baseada em algum conto mitológico, nem há registros dela. No filme, Teseu é um camponês que entra na luta contra o rei Hipérion após este ter matado sua mãe. Apenas em algumas cenas a mitologia é retomada ou se faz alguma alusão a ela, como no momento em que um dos soldados de Hipérion, incumbido de matar Teseu, coloca um capacete de chifres e cabeça de touro, simbolizando o Minotauro. Para os curiosos, o Arco do Épiro não existe na mitologia realmente, ele foi criado para esse filme.
Em minha opinião, o filme é bem fraco, não tanto como foi Fúria de Titãs, mas ainda assim fraco. A mitologia não foi bem representada, pois em determinado momento que Apolo e Atena desrespeitam a ordem de Zeus de não intervirem nos assuntos humanos, Zeus arranja um chicote flamejante(não sei de onde) e dá um golpe em Apolo, o matando. O próprio Apolo não foi bem representado, pois possuía um capacete com algo parecido com uma crina feita com espetos, como se fossem os raios do sol. Em contrapartida, o deus utilizava um martelo como arma, sendo que sua arma principal é o arco e flecha, e o martelo pertence a Hefesto.
Não sei se foi intencional, ou se foi algum descuido do roteirista, porém Hipérion é um dos titãs, e imortal. Lá ele foi colocado como um rei e mortal. Considerando que o filme possuísse o Hipérion-titã e o Hipérion-rei, o diretor deveria ter repensado, por isso pode confundir muito a história do filme.
Outro deslize foi o monte Tártaro. Eu sei que na Grécia há o monte em si. Porém, na mitologia, o Tártaro propriamente dito, existe na camada mais profunda da Terra, abaixo do mundo subterrâneo, governado por Hades. No filme, o Tártaro está apenas a cem metros abaixo do solo.
Hipérion tenta libertar os titãs e para isso precisa do Arco do Épiro. Considerando-o como Hipérion-titã, o número de titãs encarcerados estaria errado, junto ao fato de Oceano não ter sido encarcerado no Tártaro junto aos outros.
Por último e não menos importante, há o fato da imortalidade. Apolo morre pelas mãos de Zeus, Atena morre pelas mãos dos titãs, Poseidon luta bravamente até o fim de suas forças e não é subjugado, assim como Zeus. A imortalidade na mitologia era tida com o Néctar e ambrosia, e após isso, os deuses não poderiam morrer. A única divindade que diziam saber o segredo da imortalidade e poder retirá-la dos deuses era a deusa primordial da noite escura Nyx. E mesmo após descartar tal fato, e mostrar Atena morrendo, ela aparece novamente em uma cena de luta no fim do filme.
No todo, o filme é até legal, apenas não deixem que meu senso extremamente crítico de mitologia faça vocês não assistirem, para ter sido criado um enredo todo desse do nada, o filme ficou muito bom.