Deus do fogo e da metalurgia, incluindo as coisas fusíveis (como ferro, bronze, prata, ouro, entre outras), é um dos doze deuses olimpianos. Possui como símbolo o martelo e a bigorna. Sua forja está localizada abaixo do monte Etna.
Na época, tendo
Atena¹ nascido da cabeça de
Zeus após este ter engolido Métis quando ela estava grávida,
Hera fica furiosa e, por partenogênese, assim como
Gaia gerara
Urano, ela gera Hefesto, esperando que o deus surgisse como um deus corajoso, justo e forte. Porém, tramar contra o soberano do Olimpo não funciona, e o deus nasce fraco, deformado e coxo². Ao ver o deus que gerara e ser chacota de vários outros deuses pela aparência de Hefesto, Hera atira-o do alto do Olimpo, em direção à Terra. Durante nove dias e nove noites ele cai, e no fim do nono dia, ele atinge o oceano, caindo em frente a Eurínome, filha de Oceano, e Tétis, filha de Nereu, as quais passam a cuidar do pequeno deus em segredo.
Em pouco tempo, descobrindo a maravilha de criar coisas, Hefesto passa a criar vários e vários adornos para Tétis e Eurínome. Assim, uma vez, estando Tétis usando uma joia de beleza inigualável, Hera pergunta a ela onde conseguira a jóia, ao que é lhe dada a resposta: das mãos de seu próprio filho. Porém, nem assim Hera fez questão de ver o filho, fazendo-o ficar furioso. Assim, para punir a mãe, ele cria um trono, e cria um mecanismo que iria prender Hera nele, ao jogar fios cujo metal só podia ser visto por Hefesto.
Assim, ao receber o trono, Hera logo se senta nele, apenas para logo ficar presa. Gritando, ela diz aos outros deuses que estava presa no trono, apenas para ser taxada de louca. Mas assim que alguns deuses tentam tirá-la à força de lá, eles veem que sua fala não tinha mentiras. Com isso, Zeus manda os filhos irem atrás de Hefesto, sendo o primeiro
Hermes, o qual, mesmo com sua grande lábia não conseguira levar Hefesto ao Olimpo. O segundo fora
Ares, preparado para um confronto com o meio-irmão. porém, mal o deus da guerra lá chega e é açoitado por um tição aceso e repelido com jatos de lava. O último fora Dionísio, deus do vinho, que, ao chegar lá, convidou Hefesto para beber. Tendo aceito o convite, logo o deus ferreiro ficara inebriado, sendo levado por Dionísio ao Olimpo. Chegando lá, Zeus oferece qualquer coisa ao deus para que ele liberte Hera, e ele responde que gostaria de ter a mão de
Afrodite, deusa do amor sensual e da beleza.³
Após isso, ele se reconcilia com a mãe, fazendo várias e várias jóias para ela, e a defendendo quando ela necessitava, como quando Zeus a acorrentara por ter tramado contra ele. Porém, por ter ido contra o rei dos deuses, dessa vez é Zeus quem o atira do alto do Olimpo. Contudo, logo ele está de volta ao Olimpo e, após tantos e tantos problemas solucionados, ele passa a ser reconhecido como o pacificador do Olimpo, a quem todos os deuses gostavam. A única exceção era Ares pois, do mesmo jeito que odiava Deméter por ela ter ensinado os homens a agricultura e assim eles não entrarem mais em guerra, sua presença pacificadora acabava com as guerras do Olimpo.
É o forjador do Olimpo, e os ciclopes filhos de Urano, Arges, Brontes e Esteropes o ajudavam. É ele quem cria a primeira mulher,
Pandora, as flechas de
Apolo e
Ártemis, o escudo de Aquiles (como um modo de agradecer à mãe do herói, Tétis, sua ama), os raios de Zeus e o gigante de bronze Talos.
Porém, com tanta habilidade e disposição para produzir tanta coisa, ele acaba esquecendo-se de sua vida amorosa. Então, como ao final dos dias não possuía forças para satisfazer sua mulher, a deusa do amor, ela acabava por procurar Ares para satisfazê-la. Mesmo não procurando mudar a situação em que sua mulher estava, ele não admitia que ela estivesse com outro e então, certa vez, quando Hélio, o deus que tudo vê lhe diz que sua mulher está o traindo, ele arma para ela e o amante.
Usando seus fios mais uma vez, ele estende-os ao longo de seu quarto. Ele diz a Afrodite que iria ficar um tempo fora, e se esconde assim que sai do palácio onde viviam juntos. Para confirmar as suspeitas, logo Ares chega, e entra em seu palácio. Contudo, mal ambos os deuses, nus, caem na cama, cai junto deles a teia de Hefesto, os prendendo. Após isso, ele chama os outros deuses para assistir aos amantes pegos em sua cama. Apenas depois de um apelo de
Poseidon ao deus que ele concorda em libertar os dois. Junto a isso, quando Harmonia, filha de Afrodite com Ares, foi casar-se com Cadmo, fundador de Tebas, Hefesto dera a eles um presente, um colar amaldiçoado, que os traria infelicidade. No fim, Harmonia e Cadmo se transformam em serpentes após uma série de sofrimentos. O colar é passado para Sêmele, que morre antes de dar vida a Dionísio. Depois, segue Jocasta, que casa com o próprio filho, Édipo, e suicida depois disso. E seguidamente o colar ia passando de geração a geração entre os descendentes, espalhando entre eles o mesmo sofrimento de Hefesto.
¹Em algumas versões, é Hefesto que parte a cabeça de Zeus quando ele tem Atena, então Hera estaria planejando uma vingança contra Zeus por ele ter várias amantes, e não necessariamente devido a Atena.
²Em outras versões, Hefesto fica coxo após sua mãe ter lhe lançado do alto do Olimpo quando era bebê, ou então em sua segunda queda, quando Zeus o atira também do Olimpo.
³Em diferentes versões, Hefesto libera a mãe de bom grado, e Zeus dá a mão de Afrodite como agradecimento, sem nenhuma troca de favores.