Filho de Zeus e da plêiade Maia, é o deus mensageiro do Olimpo, das viagens, dos ladrões, dos pastores, dos vaqueiros, da astúcia dos ladrões e mentirosos, dos oradores, da inteligência, da literatura, dos poetas, dos atletas, do esporte, das invenções e do comércio. Tinha por símbolos a tartaruga, o galo, as sandálias e o chapéu alado forjados por Hefesto, e o caduceu, ou em grego, kerikeion, dado por Apolo. É o penúltimo dos deuses olímpicos, o segundo mais novo, sendo o primeiro Dionísio. Por ser o mensageiro dos deuses, é um dos deuses que mais protege e ajuda a humanidade, e por isso, um dos deuses mais querido.
Quando nascera, no monte Cyllene, na Arcádia, rapidamente saiu de seu berço e passou andar pela região. Assim, começara seu primeiro roubo. Vendo um rebanho do deus Apolo, ele rouba cinquenta das novilhas que lá estavam, e retira o casco de cada uma e o cola ao contrário, antes de conduzi-las para fora dali, após ter feito sandálias para si que pudessem ser usadas e que ao mesmo tempo deixassem pegadas na direção oposta à realmente tomada. Enquanto conduzia o gado, vira um velho, e lhe pedira segredo. Porém, mais a frente, a dúvida consome sua mente, e ele decide se disfarçar para ver se o velho realmente manteria a palavra. Ao voltar, e ver que prontamente o velho contou para onde ele havia ido ao ver a chance de receber alguma recompensa, Hermes joga uma rocha em cima dele.
Quando chegara onde se estabeleceria, Hermes sacrifica duas novilhas e as reparte em dez partes, e ofereceu-as aos deuses, menos a Apolo, pois, caso o fizesse, denunciaria sua ação, e com seus outros sacrifícios, garantiu o silêncio dos outros deuses. Porém, logo Apolo descobre que seu rebanho estava menor e, usando seus dons de profecia, ele logo acha o local onde ele estava. Porém, pelo fato dos cascos estarem na direção oposta, ele conclui que eles não mais estavam lá. Ficando com raiva, ele vai até Hermes que, estando no berço, fingia ser apenas uma criança. Pegando-o a força, ele o leva até Zeus, que diz ao deus ladrão para que devolvesse as novilhas. Ao entrar na mesma caverna que havia estado à porta e ver que havia sido engando, Apolo tem seu orgulho ferido. E sua raiva ainda aumenta ao ver duas novilhas sacrificadas.
Porém, antes que ele encostasse um dedo em Hermes, o deus, com um casco de tartaruga e 9 cordas*, em homenagem às nove Musas do Olimpo, começa a tocar o instrumento e Apolo, por ser deus da música, se maravilha com aquilo. Perdoando o jovem deus, lhe pergunta o que ele queria em troca do instrumento, e Hermes indica seu bastão. É nesse momento que Hermes e Apolo trocam funções, Hermes passa a conduzir rebanhos, a antiga função de Apolo.
Além das novilhas de Apolo, Hermes também escondeu o tridente de Poseidon, a espada de Ares, o cetro de Zeus, as flechas de Apolo e o cinto de Afrodite. Quando tentara roubar os raios de Zeus, estes lhe queimaram a mão, fazendo com que ele se machucasse. Porém, o deus não fazia apenas brincadeiras, visto que, quando Gaia tentou se vingar pelos seus filhos titãs, que foram depostos pelos deuses olimpianos, e mandou Tifão atrás deles, ele sempre esteve junto do pai, e roubou os nervos de Zeus que Tifão havia retirado do deus dos deuses. Foi também ele que conseguiu salvar uma das amantes de Zeus, Io, quando esta foi transformada em novilha pelo deus. Pois Hera, ao ver que aquela novilha era uma mulher, designou o gigante de cem olhos Argos para cuidar dela. Hermes então, usando seu caduceu, coloca-o para dormir e o decapita. Além de mensageiro dos deuses, é também um dos que conduzem as almas ao submundo, junto a Caronte e a Tânatos, sendo além deles e de Hades, Perséfone e Hécate, o único deus a poder entrar e sair livremente do submundo.
É pai de Pã, Abderus, Hermafrodito e Príapo. Em algumas versões a deusa da sorte Tique é filha dele e de Afrodite.
Na guerra de Tróia demonstrou o porque de ser querido pelos homens. Mesmo tomando parte dos gregos na guerra, ao ver Príamo querendo enterrar o filho Heitor que fora morto por Aquiles, ele leva o rei troiano ao encontro do herói grego, protegendo-o de todo o resto do exército, para que o rei pudesse pedir que o herói devolvesse o corpo de Heitor e ele pudesse ser sepultado. Assim como na ida, na volta também Hermes o esconde das tropas inimigas a Tróia.
*Em alguns contos são as próprias tripas da tartaruga.
Por Trás do Cotidiano
Seu cajado, o caduceu, é símbolo de uma de suas atribuições, o comércio, e muitas vezes confundido e usado erroneamente com o cajado de Asclépio.
0 comentários:
Postar um comentário