Deus grego da guerra, é tido como filho de Zeus e Hera, sendo o único homem que Zeus tivera. O local de seu nascimento é confuso, mas após vários autores colocarem que seu local preferido no mundo era a Trácia, lá também foi colocado seu lugar de nascimento. Era representado como um deus belo, de corpo esbelto e forte. Porém, para balancear tais características positivas, era representado como sanguinário, bárbaro e estúpido. Seus símbolos eram a lança, instrumento o qual serve para matar, e o abutre, animal que come a carne dos mortos após uma batalha.
Era odiado por quase todas as divindades, inclusive seus pais. Porém, apenas uma não via-o como um sanguinário estúpido: a deusa do amor e da beleza sensual Afrodite, mulher de Hefesto. Por ver apenas o superficial do deus, ela achava-o atraente. Com ela, Ares teve seis filhos: Phobos, Deimos, Harmonia, Adrestia, Eros* e Anteros. A primeira filha dessa relação adúltera, Harmonia, sofre pelas ações do pai e da mãe. Como quem não quer nada, Hefesto oferece um colar à deusa. Porém, como queria punir os pais dela, tal colar que ele dera era amaldiçoado, e envenenara toda a sua linhagem, inclusive o fim de sua vida, momento no qual ela e Cadmo, seu marido, deixa o mundo dos homens para virarem serpentes.
Seus dois filhos Phobos e Deimos ajudavam-no, junto a Éris, em suas guerras. Enquanto Éris, a deusa da discórdia, semeava esta pelos campos de batalha, Phobos, deus do medo, colocava medo no coração dos combatentes, um a um, e Deimos, deus do pânico, fazia com que, em pânico, a outra tropa batesse em retirada rapidamente.
Vivia pela e para a guerra, não ligava para o motivo dos lados para estarem guerreando contanto que houvesse a guerra, e por isso tentava sempre provocar uma guerra a qualquer custo. Devido a isso ele facilmente prometeu estar ao lado dos gregos na guerra de Tróia e passou para o lado troiano. Porém, mesmo sendo deus da guerra, ele não leva a melhor em muitas delas, pelo contrário.
Quando os gigantes Aloídas ameaçaram invadir o monte Olimpo, Ares tentou lutar com eles, apenas para terminar preso por eles e salvo tempos depois. Quando Tifão atacou o monte Olimpo, o deus da guerra foi um dos primeiros a fugir da luta, e deixá-la para outros deuses. Quando Hefesto prende Hera na cadeira e o meio irmão tenta ir lá buscá-lo para trazê-lo ao Olimpo, o deus coxo consegue acabar com ele. Fora isso, ainda perdeu para Diomedes, durante a Guerra de Tróia, e perdeu também para Héracles, quando este assassinou seu filho Cicno. Fora quando tentava lutar com Atena, batalhas nas quais sua derrota sempre fora inevitável.
Com tais atributos, não é de se admirar que os gregos, que prezavam pelo intelecto, odiassem-o. Porém, ao tornar-se Marte em Roma, seu papel mudou. Junto a várias outras divindades de outras culturas além de Ares, como a celta e a etrusca, por exemplo, Marte surgiu. E, como a sociedade romana era belicosa, Marte, o qual antes de sua expansão era um deus da fertilidade e defensor dos castelos e campos, vira deus da guerra com a expansão do império e o segundo deus mais importante de Roma, após Júpiter.
E se na Grécia Ares compartilhava a arte da guerra com Atena, em Roma esse papel era apenas de Marte, pois Minerva era deusa apenas da sabedoria, da tecnologia e das artes. Junto a ele havia Belona, uma deusa da guerra a quem era atribuída o papel de irmã, amante ou até mãe do deus. Também Juno pode ser considerada sua mãe, tendo ele após cheirar uma flor dada a ela pela deusa Flora, apesar de não ser confirmado. Acreditava-se que o fundador de Roma, Rômulo, e seu irmão, Remo, eram filhos de Marte com uma mortal chamada Réia Silvia. Por isso, acreditava-se que todos os romanos eram descendentes de Marte.
Por trás do cotidiano
Ainda hoje Ares e Marte permeiam a vida da sociedade. Ares apenas com o símbolo da masculinidade, o qual representava sua lança. Em contrapartida, Marte dá seu nome a várias coisas, como o nome do planeta, de seus habitantes, os marcianos, do primeiro mês do mundo romano, Março, das artes da guerra, as artes marciais, e do terceiro dia da semana em algumas línguas, como martes, em espanhol, martedi, em italiano e mardi, em francês.
*(Segundo algumas versões Eros é filho de Ares, e não um deus primordial. Assim também como outras colocam dois Eros na linha genealógica grega, um primordial e este em questão.)
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Tomás,
ResponderExcluirSeu blog é excelente! Que belo trabalho bibliográfico e tb biográfico! Muito completo, de leitura fácil e de prender a atenção! Gostei muito do "Por trás do Cotidiano"!!!
Continue a escrever pois você tá dando um show!!
Abraços
Rafael Mayrink